O impacto da incomunicabilidade de experiências nas narrativas modernas
Palavras-chave:
Narrador, Contravida, Augusto Roa Bastos, Identidade, RomanceResumo
Este artigo tem como objetivo analisar o narrador de Contravida, romance do escritor paraguaio Augusto Roa Bastos. Para tanto, nos baseamos em teóricos como Benjamin (1987), Santiago (2002), Lukács (2000), Bakhtin (1988), Rosenfeld (1973), dentre outros que nos auxiliaram a construir uma visão sobre as transformações pelas quais passa o narrador ao longo da história na narrativa, decorrentes principalmente da ascensão do romance e da sociedade moderna. Em Contravidaacompanhamos as memórias da infância de um fugitivo angustiado e sem perspectiva de futuro, cujo processo de rememoração distancia-se do narrador clássico proposto por Benjamin e se aproxima do narrador presente na narrativa contemporânea, uma vez que a incomunicabilidade de experiências é um fator predominante na narrativa.
Palavras-chave: Narrador.Contravida. Augusto Roa Bastos. Identidade. Romance.
Abstract
This article aims to analyze the narrator in Contravida, a novel by the Paraguayan writer Augusto Roa Bastos. For this, we have based on theorists such as Benjamin (1987), Santiago (2002), Lukács (2000), Bakhtin (1988), Rosenfeld (1973), and others who helped us to construct an insight into the transformations of the narrator throughout the history in the narrative, stemming mainly from the rise of the novel and modern society. In Contravidawe follow the childhood's memories of a distressed fugitive with no perspective of future, whose the rememoration process distances itself from the classic narrator proposed by Benjamin and approaches the present narrator in the contemporary narrative, since the incommunicability of experiences is a predominant factor in the narrative.
Keywords: Narrator.Contravida. Augusto Roa Bastos. Identity. Novel.
Referências
AGOSTINHO, Santo. Livro XI. In: _____. Confissões. São Paulo: Penguin Classics; Companhia das Letras, 2017.
BAKHTIN, Mikhail. Epos e romance. In: _____. Questões de literatura e de estética: a teoria do romance. 4. Ed. São Paulo: Editora UNESP, 1988.
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
BENJAMIN, Walter. O narrador: considerações sobre a obra de Nikolai Leskov. In: _____. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. 3. Ed. São Paulo: Brasiliense, 1987.
_____. A crise do romance: sobre Alexandersplatz, de Döblin. In: _____. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. 3. Ed. São Paulo: Brasiliense, 1987.
HALL, Stuart. A identidade cultural da pós-modernidade. 11. Ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.
LUKÁCS, Georg. Culturas fechadas. In: _____. A teoria do romance. São Paulo: Duas Cidades; 34, 2000.
PACHECO, Glória Elizabeth Saldivar de. Augusto Roa Bastos: o fazer literário como interpelação da história paraguaia. 2006. 72 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Literatura Comparada, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2006.
ROA BASTOS, Augusto. Contravida. Tradução de Josely Vianna Baptista. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001.
ROSENFELD, Anatol. Reflexões sobre o romance moderno. In: _____. Texto/Contexto. São Paulo: Perspectiva, 1973.
SANTIAGO, Silviano. O narrador pós-moderno. In: _____. Nas malhas da letra: ensaios. 2. Ed. Rio de Janeiro: Rocco, 2002.