Apontamentos sobre a greve dos bancários de Pelotas/RS e sua compreensão como ritual político

Autores

  • Ricardo Gonçalves Severo Universidade Federal do Rio Grande

Palavras-chave:

Sindicalismo, greve, ritual, militância, participação política

Resumo

O relato, de caráter etnográfico, foi realizado junto ao "piquete" no Banrisul, banco público do Rio Grande do Sul, e às assembleias de 05 a 13 de outubro de 2010, na cidade de Pelotas/RS. Investigou-se qual é o papel que a greve, analisada como um ritual tem na construção da identidade social dos sujeitos envolvidos. A observação do cotidiano demonstra que a greve é constituída de uma série de rituais de iniciação, legitimação, comunicação, confraternização e demarcação. Foi possível registrar quais categorias importam para demarcar as oposições pertinentes. O que é significativo para os grevistas e que elementos são considerados legítimos para serem levantados como causas prioritárias. Em suma, como a definição do que é ser bancário de acordo com a perspectiva dos trabalhadores mobilizados na greve.

The ethnographic report was conducted at the "piquete" at Banrisul, public bank of Rio Grande do Sul and the assemblies 05 and 13 October 2010, in the city of Pelotas / RS. We investigated what role the strike, analyzed as a ritual, plays in the constriction of social identity of the persons involved. The observation of everyday life demonstrates that the strike consists of a series of initiation rituals of legitimation, communication, fellowship and demarcation. Still, what categories matter to demarcate the relevant oppositions. What is significant for the strikers and which elements are considered legitimate to be raised as a priority issue. In short, as the definition of who is a militant in accordance with the perspective of workers mobilized on strike.

Referências

BARBOSA, Lívia. Igualdade e Meritocracia: a ética do desempenho nas sociedades modernas. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2001.

BLASS, Leila Maria da Silva. Estamos em Greve!: imagens, gestos e palavras do movimento dos bancários. São Paulo: Ed. Hucitec, 1992.

BOURDIEU, Pierre. O Poder Simbólico. 7º ed. "“ Rio de Janeiro: Ed. Bertrand Brasil, 2004.

COHEN, Abner. O Homem Bidimensional. Rio de Janeiro: Ed. Zahar, 1978.

COLLINS, Randall. Quatro Tradições Sociológicas. Rio de janeiro: Vozes, 2009.

CUCHE, Denys. A Noção de Cultura nas Ciências Sociais. São Paulo: Edusc, 1999.

DAMATTA, Roberto. O que faz do brasil, Brasil? Rio de Janeiro: Ed. Rocco, 1986.

GEERTZ, Clifford. A Interpretação das Culturas. 1º. ed. 13º reimpressão "“ Rio de janeiro: Ed. LTC, 2008.

HASSARD, John. O Tempo de Trabalho: outra dimensão esquecida nas organizações. IN: O Indivíduo na Organização: dimensões esquecidas. São Paulo: Ed. Atlas, 1996.

MCADAM, Doug e PAULSEN, Ronnelle. Specifying the relationship between social ties and activism. In: The American Journal of Sociology. Vol. 99, nº 3. 640-667, nov. 1993).

MANNHEIM, Karl. Ideologia e Utopia: introdução à sociologia do conhecimento. Rio Grande do Sul: Ed. Globo, 1952.

OLSON, Mancur. A Lógica da Ação Coletiva: os benefícios públicos e uma teoria dos grupos sociais. 1º Ed. 1º reimp. "“ São Paulo: Editora Universidade de São Paulo. 2011.

O TROCO: Jornal do Sindicato dos Bancários de Pelotas e Região "“ julho de 2010.

PEIRANO, Mariza. A Análise Antropológica de Rituais. Série Antropologia 270. Brasília, UNB, 29 pp., 2000.

PEIRANO, Mariza. Rituais: ontem e hoje. Rio de janeiro: Ed. Jorge Zahar, 2003.

PEIRANO, Mariza. Rituais como estratégia analítica e abordagem etnográfica. Série Antropologia 305. Brasília, UNB, 23pp., 2001.

WOODWARD, Kathryn. Identidade e diferença: uma introdução teórica e conceitual. IN: SILVA, Tomaz T. Identidade e Diferença: a perspectiva dos estudos culturais. 9º "“ Rio de Janeiro: Ed. Vozes, 2009.

SEVERINO, Antônio J. A Metodologia do Trabalho Científico. 23º Ed., 2º reimpressão "“ São Paulo: Ed. Cortez, 2008.

TRIVIÑOS, Augusto N. S. Introdução à Pesquisa em Ciências Sociais: a pesquisa qualitativa em educação. 1º ed. 12º reimpressão- São Paulo: ed. Atlas, 1987.

VELSEN, J. Van. A análise situacional e o método de estudo de caso detalhado. IN: FELDMAN-BIANCO, Bela. Antropologia das sociedades contemporâneas: métodos. 2º ed. São Paulo: Ed. Unesp, 2009.

Downloads

Publicado

2016-09-08

Como Citar

Severo, R. G. (2016). Apontamentos sobre a greve dos bancários de Pelotas/RS e sua compreensão como ritual político. Revista Café Com Sociologia, 5(2), 113–126. Recuperado de https://revistacafecomsociologia.com/revista/index.php/revista/article/view/585

Edição

Seção

Artigos