Vivendo um sonho em Vanilla Sky

Autores

  • Carlos Eduardo Pereira Viveiros Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

Palavras-chave:

Cinema. Realidade. Poder. Ideologia.

Resumo

Este artigo analisa como o cinema, através de suas produções fílmicas, se constitui como recurso de poder capaz de desenvolver formas de dominação baseadas na construção e reconstituição de ideologias, valores e diversas “realidades” sociais. Para isto, destacamos para este estudo o filme Vanilla Sky, com ênfase na relação desenvolvida entre os personagens principais, David (representando a classe dominante) e Sofia (a classe dominada), e o modo como essa relação explicita as desigualdades sociais e relações de poder, bem como as nuances dos ideais burgueses implícitos. O que, diga-se de passagem, também pode ser visto como uma forma de controle social a partir da qual o cinema opera através de “realidades” e representações do mundo social que ele mesmo constrói, envolve, deturpa e valoriza. Soma-se a isso, em seguida, o aspecto funcional e não menos importante que o cinema atribui ao caráter construtivo dos sentimentos, como o “amor” e a felicidade, por exemplo, e do seu interesse em proporcionar aos expectadores a possibilidade de viver nos filmes aquilo que eles sabem que é inalcançável na vida social. Isto é, produtos que o cinema oferece enquanto modelos idealizados e disponíveis em suas salas.

Referências

Ficha técnica:

Vanilla Sky. USA, 2001, 02h16min. Dirigido por Cameron Crowe.

Jules e Jim: Uma Mulher para Dois. França. 1962, 01h45min. Dirigido por François Truffaut.

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Publicado

2023-04-29

Como Citar

Viveiros, C. E. P. (2023). Vivendo um sonho em Vanilla Sky. Revista Café Com Sociologia, 12, 1–20. Recuperado de http://revistacafecomsociologia.com/revista/index.php/revista/article/view/1411

Edição

Seção

Sociologia e Filme