MILITÂNCIA EM COLETIVO FEMINISTA UNIVERSITÁRIO: aspectos relevantes para determinar a participação em espaços políticos
Palavras-chave:
Militância, Movimento Social, Engajamento.Resumo
O envolvimento com a militância política é o foco deste trabalho. Investigam-se quais são os elementos motivacionais que levam mulheres estudantes a engajar-se em um coletivo feminista que tem como ambiente de formação uma universidade pública, no sul do Brasil. Partindo de uma abordagem qualitativa, com aplicação de formulário semi-estruturado e entrevista em profundidade, elencam-se quais são as variáveis pertinentes para determinar o ingresso e continuidade da participação no grupo. Entre os elementos levantados preliminarmente, percebe-se que são diversas as motivações de acordo com os momentos de participação. No ingresso, conta a percepção de injustiças de ordem material e simbólica e a existência de oportunidade de participação em espaços que ofereça recursos para mobilização. Na continuidade da militância percebeu-se que é pertinente o reconhecimento do público-alvo, dos pares e, principalmente, o exemplo dado por quem é conferido o papel de liderança pelo conjunto do grupo.
Palavras-Chave: Militância. Movimento Social. Engajamento.
The involvement in political militancy is the focus of this work. To investigate what are the motivational factors that lead women students to engage in a feminist collective that takes place at a public university in southern Brazil. From a qualitative approach, applying a semi-structured questionnaire and in-depth interview, the relevant variables to determine the entry and continued participation in the group are listed. Among the elements raised preliminarily, it is clear that there are various motives according to the moments of participation. At the ingress, the perception of injustice of material ans symbolic order and the existence of opportunities to participate in spaces that offer resources for mobilization are taken into account. Later on, it is noticeable that is pertinent to recognize the target audience, peers, and especially the example set by those who are given the leading role by the group as a whole.
Referências
BOURDIEU, Pierre. “Algumas Propriedades dos campos”. Questões de Sociologia. RJ: Ed. Marco Zero Ltda., 1983
_________________. Espaço social e poder simbólico. In: Coisas Ditas. SP, Brasiliense, 1990.
_________________. Meditações Pascalianas. 2ª Ed. Rio de janeiro: Bertrand do Brasil, 2007.
_________________. O Poder Simbólico. Rio de Janeiro:Bertrand do Brasil, 2004.
CUCHE, Denys. A Noção de Cultura nas Ciências Sociais. São Paulo: Edusc, 1999.
DELLA PORTA, Donatella & DIANI, Mario. Social Movements: an introduction. EUA: Blackwell Publishing, 2006.
FLAM, Helena e KING, Debra. Emotions and Social Movements. EUA: Routledge, 2007.
MATONTI, Frédérique e POUPEAU, Franck. “O Capital Militante: uma tentativa de definição”. Plural – Revista de Ciências Sociais. Vol. 13, 2006/2
MCADAM, Doug. “Recruitment do hig-risk activism: the case of Freedom Summer”. The American Journal of Sociology, vol. 92, nº1 , jul., pp. 64-90. 1986.
______________; PAULSEN, Ronnelle. “Specifying the relationship between social ties and activism”. The American Journal of Sociology, vol. 99, nº 3. (Nov., 1993), pp. 640-667.
______________; TARROW, Sidney e TILLY, CHARLES. Dynamics of Contention: New York, Cambridge University Press. 2001.
______________; TARROW, Sidney e TILLY, Charles. “Para mapear o confronto político”. Lua Nova. São Paulo, 76: 11-48, 2009.
OLIVEIRA, Wilson José Ferreira de. “Significados e Usos sociais da Expertise na militância ambientalista”. Avá, nº 15, julho 2009, pg. 161-185.
______________. Posição de Classe, redes sociais e carreiras militantes no estudo dos movimentos sociais”. Revista Brasileira de Ciência Política, nº 3. Brasília, janeiro-julho de 2010, pp. 49-77.
______________; PETRARCA, Fernanda Rios. Experiências Militantes, Estilização da Vida e Ativismo Ambiental. V Encontro Nacional da Anppas, 2010.
PASSY, Florence. Socialization, Recruitment, and the Structure/Agency Gap. A specification of the impact of Networks on Participation in Social Movementes. Abril, 2000.
______________. Social Networks Matter. But How? In: DIANI, Mario e MCADAM, Doug. Social Movements Analysis: The Network Perspective. Oxford University Press, 2003.
______________; GIUGNI, Marco. “Social Networks and Individual Perceptions: Explaining Differential Participation in Social Movements”. Sociological Forum, Vol. 16, No. 1 (Mar., 2001), pp. 123-153
PETROVIC, Igor; STEKELENBURG, Jacquelien van; KLANDERMANS, Bert. Political Socialization and social movements: escaping the political past? 2013.
SCHUTZ, Alfred. Sobre Fenomenologia e Relações Sociais. Petrópolis, Editora Vozes: 2012.
SEIDL, Ernesto. “(Re)pensar os movimentos sociais”. Revista Brasileira de Ciências Sociais. Volume 26, Nº 75. SP: 2011.
SEIDL, Ernesto. “Engajamento e militância associativa em Sergipe”. 26ª Reunião da ABA. GT Antropologia, Engajamento Militante e Participação Política. Porto Seguro/BA, 2008.
______________; “Disposição a militar e lógica de investimentos militantes”. Pro-Posições, Campinas, v. 20, nº 2 (59), p. 21-30, maio/ago, 2009.
STEKELENBURG, Jacquelien Van; KLANDERMANS, Bert. “Individuals in Movements: a social psychology of Contention”. In: Klandermans B, Roggeband CM (eds) The Handbook of Social Movements across Disciplines. New York: Springer, 157–204, 2007.
______________; KLANDERMANS, Bert. The social psychology of protest. Sociopedia.isa, 2010.
______________; The Political Psychology of Protest: sacrificing for a cause. European Psychologist. Vol. 18(4):224-234, 2013.
WOODWARD, Kathryn. “Identidade e diferença: uma introdução teórica e conceitual”. In: SILVA, Tomaz T. Identidade e Diferença: a perspectiva dos estudos culturais. 9ª – Rio de Janeiro: Ed. Vozes, 2009.
TOMIZAKI, Kimi; CARVALHO-SILVA, Hamilton H. de; SILVA, Maria G. V. Socialização Política e politização entre famílias do movimento dos trabalhadores sem teto. Educação e Sociedade. Campinas, v. 37, nº 137, p. 989-1008, out-dez., 2016.